sábado, 8 de janeiro de 2011

Lacaniando... 'não tente encontrar sentido onde ele não existe, mesmo que faça total sentido'

O Eu, escreveu ele, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho- este sou eu. 

O investimento libidinal desta forma primordial, “boa”, porque supre a carência de meu ser, será a matriz das futuras identificações. Assim, instala-se o desconhecimento em minha intimidade e, ao querer forçá-la, o que irei encontrar será um outro; bem como uma tensão ciumenta com esse intruso que, por seu desejo, constitui meus objetos, ao mesmo tempo em que os esconde de mim, pelo próprio movimento pelo qual ele me esconde de mim mesmo. É como outro que sou levado a conhecer o mundo: sendo, desta forma, normalmente constituinte da organização do “je” (eu inconsciente, Isso, Id), uma dimensão paranóica. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico.

É no outro e pelo outro que aquilo que quero me é revelado. Meu desejo é o desejo do outro. Não sei nada de meu desejo, a não ser o que o outro me revela. De modo que o objeto de meu desejo é o objeto do desejo do outro. O desejo é, acima de tudo, uma seqüela dessa constituição do eu no outro.

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