quinta-feira, 20 de dezembro de 2012



Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados
Os ventos do norte não movem moinhos
E o que me resta é só um gemido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minha alma cativa

Rompi tratados, traí os ritos
Quebrei a lança, lancei no espaço
Um grito, um desabafo

E o que me importa é não estar vencido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minha alma cativa.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012


When you try your best, but you don't succeed,
When you get what you want, but not what you need,
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse...


... But if you never try, you'll never know
Just what you're worth.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012



Cabeça vazia, oficina do diálogo. 
Seria preciso calar o pensamento para poder ouvir o outro e a mim mesma. Esvaziar, para depois preencher a cabeça de forma organizada, ordenada. 
Eu não estou num bom momento para esse esforço de comunicação. Não consigo ser clara e tudo o que eu falo parece sem sentido e incompreensível. Isso acontece porque, para mim mesma, as “coisas” estão ainda difíceis de serem nomeadas. A confusão do que eu sinto me parece não caber no campo da linguagem. Preciso antes me entender para me fazer entender pelos outros. Sinto raiva e vergonha de todo o blablabla, ficando perdida nos excessos da linguagem falada. 
É por isso que escrevo, para dar contorno ao que sinto, e para sentir o que falo, pois muitas vezes pareço estar apenas respondendo a uma programação. Dar contorno é também dar um limite, uma barreira ao sofrimento. 
Escrevo não pela mera poesia, mas porque tenho esperanças de encontrar nas entrelinhas alguma resposta. Poesia deriva de “poiesis”, palavra grega que sugere criação, produção de algo novo, um trazer à luz, desocultação. Assim, escrevendo, talvez eu tenha alguma luz. Quando tenho essa luz, sei que algo se modifica. Pode parecer que penso demais para me proteger e permanecer no mesmo lugar, enquanto, na verdade, tudo isso é uma busca desesperada e sem rumo por encontrar algo que me transforme.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012




"A preocupação das pessoas, quando lutam por livrar-se de algo, é completamente absorvida pelo 'de que' elas querem se libertar. Na hora em que finalmente encontram a liberdade descobrem que, na luta por ela, apaixonaram-se de uma maneira perversa por aquilo que impedia a própria liberdade. A palavra perversa é usada aqui no sentido de 'pelo avesso', ou seja, as pessoas se apaixonam pelo avesso, pelas suas dificuldades. Assim, no momento em que se vêem livres delas, em vez de se sentirem realizadas e felizes, percebem que a liberdade é fundamentalmente abandono, pois, livres de todo impedimento, estão mais do que nunca sozinhas, desligadas de todas as coisas e lançadas numa situação na qual se sentem livres para coisa alguma. 
A mesma dimensão do abandono que nos deixa, de repente, jogados no meio das coisas, deixa-nos livres para a dedicação a algo. A liberdade é condição fundamental para que possamos nos dedicar àquilo que pretendemos. Mas mesmo esse lado positivo da liberdade, ou seja, poder dedicar-se a um sentido, também pode ser incômodo, porque o sentido às vezes não está claro ou parece inatingível. A dificuldade, outras vezes, provém do quanto de compromisso e trabalho a pessoa sente que precisará ter para se dedicar ao sentido."

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012




Hoje eu não tenho nada de novo.
Nada, de novo...
Nenhuma reclamação, nenhuma lamentação, nenhuma escoriação. 
Tudo é velho, conhecido, enjoativo... 
Mas a cara emburrada condena: há algo errado!
A assiduidade de mim em mim me cansa. 
Estou presente, constante, mas ainda não me encontro aqui.
A vida foi um grande desperdício, penso. 
Tudo o que fiz, o que vivi, o tempo e o dinheiro gastos... tudo desprovido de sentido e propósitos. 
Um desperdício incalculável, em série, e que ainda não terminou. 

sábado, 1 de dezembro de 2012


Como yo quería morir un poco... 
La vida podría ser un día si y un día no... 
Y te equivocas si crees que me puedes entender. 


No pierdas tu tiempo. 

"La vida es como una máquina 
que anda y hace ruido,
y al final todo se apaga.
No me asusta a mí la muerte, 
que la muerte viene sola 
y al final nada se siente."
(Manuel Santos Martínez)