quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013



Cure a minha loucura com banho frio
Cubra sua loucura com panos quentes
Cure minha loucura com suplementos e mingau de aveia
é que eu me sinto feia
e de boca cheia 
eu não posso falar.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Eu perdi o que era importante
Eu não quero começar de novo
Eu não tenho mais ânimo e paciência
Eu não quero construir um castelo de cartas
Pra qualquer idiota soprar e não deixar nada em pé
Eu fiquei sozinha outra vez
Eu não gosto do que eu tenho
Eu não tenho quase nada
É fácil perder os sentidos
Quando nada mais faz sentido.

O que vejo a minha volta é um imenso labirinto,
armadilhas. 
Agora eu só me sinto perdida.
A "menina dos 96 na redação" morreu. 
Ela tinha o quê oferecer para alguém,
tinha algo em quê acreditava,
tinha um objetivo, claro, em vista.
Agora ela só se sente perdida.
É tudo tão absolutamente incerto e não,
ela não lida bem com isso.
Tanto é que, no ápice da incerteza, 
acomodada no campo imaginário,
e no choque com um real que exige decisões e, 
principalmente, atitudes,
ela adoeceu. 
Na total falta de domínio sobre sua vida,
sobre seu presente e seu futuro,
ela se controla numa dieta insana.
Tudo estava sendo tirado dela,
não sobrava mais nada, mais ninguém,
mais nada além de um monte de incertezas,
inclusive, 
se ela quereria ou não continuar vivendo. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Você afirma que eu não consigo entender. Fato, não consigo entender. 
Tem muitas coisas que não consigo entender, mas aceito como são. 
No nosso caso, ou melhor, no seu caso, se eu tentar entender eu corro o risco de descobrir coisas muito ruins, corro o risco de perceber o que eu prefiro deixar no lugar fictício de desconhecido. 
Há coisas para as quais eu não dou nome, não qualifico, e não é à toa que prefiro assim. Não pretendo pensar sobre o lugar que eu ocupo na sua vida, sobre o que eu sou pra você, sobre o que você é pra mim... porque...
Porque, quando você diz que eu não entendo, não entendo o que é amor, não entendo o que é se importar com outra pessoa... pode ser que você esteja certo, pode ser que eu não entenda porque nunca amei, porque nunca coloquei ninguém na frente da satisfação dos meus desejos, porque eu simplesmente não me importo com ninguém. Porque as pessoas e os relacionamentos apenas passam por mim, e eu passo por eles, sendo objetalizada à mesma medida que faço do outro meu objeto de luxo e luxúria. Não é amor, não há afeto, é gozo. Só.
Surpreende-me sim que a essa altura você venha com esse discurso de "meia-culpa". E que me faça pensar que, se não te entendo, é porque nunca me importei de verdade com ninguém. De repente me sinto monstruosa, e não é a primeira vez que sou levada a me sentir assim. Já me apontaram meus defeitos antes, baby. Já falaram como sou sacana, desonesta, maldosa, egoísta e manipuladora... Viu, você não é nenhuma novidade pra mim. Você não é o primeiro em nada na minha vida, e depois de você virão outros como você. Se você amanhecer o dia decidido a nunca mais voltar, eu apenas não me importo. Que seja. Eu apenas digo que existem vários porquês pra todas as coisas do mundo.