quarta-feira, 28 de novembro de 2012


E não pára de tentar arrancar com as unhas alguma boa ideia 
e agarrar nas pontas dos dedos uma solução razoável.
Mas a cabeça veio tão vazia quanto o resto. 
Mero defeito de fábrica.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Acostumei a subverter a lógica das coisas... funciono sob regras individuais e não universais.
Sem perceber, me agarro forte a um sintoma porque, se deixá-lo ir, tenho medo do que pode vir depois... Aqui se instalou um parasita com o qual já aprendi a lidar, a negociar, a conseguir certos momentos de trégua. O "além disso" talvez não me interesse tanto. Vou postergando esse encontro por medo de encontrar algo pior, ou simplesmente, encontrar o nada. E sigo assim desde sempre, adiando o tête-à-tête com a falta, com o vazio de tudo e de sentido. 
Como é primitiva essa estratégia inconsciente para lidar com questões difíceis, inelaboráveis... 
Primitiva, imatura essa minha condição psíquica que me prende num covil pútrido para simplesmente evitar o contato com algo de mim ainda mais pútrido. 
E não evita sofrimento, tudo dói de um jeito diferente desde então... Se eu sorri em algum momento, eu sorri um sorriso etílico, eu fingi o tempo todo, e não havia ninguém ali que se importasse minimamente a ponto de perceber a mentira e o vazio em mim.