O que você faz quando quebra juramentos que fez a si mesmo? Quando irrompem no seu íntimo aqueles pensamentos dos quais você prometeu se desvencilhar? Quando se vê envolta por questões que julgava já estarem resolvidas e não se sente mais no direito de sentir, pensar e muito menos falar sobre elas? Quando não se reconhece mais ali, e nem aqui? Quando nada te significa mais e melhor do que a falta de sentido até mesmo na sua recorrente falta de sentido...? E aí, o que você faz?
Do gozo auto-erótico, que não abria espaço para o outro, me vejo deixando o outro chegar perto, entrar e quem sabe ficar de vez. Sacio minha fome de amor, como, engulo-o com avidez, incorporo o amor e o corpo... o corpo fica blur.

Sei que é assim que eu me perco e me encontro mesmo perdida, pois sei que me perder agora é importante para sair de onde estou há tanto tempo.
Sei também que, se não fosse por esse outro, essa fenda se espalharia pelo meu corpo. É por esse outro que deixo o meu corpo íntegro, mantenho-me por inteira. Sem ele já estaria despedaçada.
Mas me interessa mais o que eu ainda não sei.
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