quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Que tristeza das "coisas" que perdi e não posso recuperar... 
Que ódio do tempo que leva tudo embora, que muda tudo... 
Mas que ingrata eu, que maldigo o tempo enquanto o que ele faz é apenas tentar consertar as burradas que a gente comete. 
Tempo que amarela a cor do papel mas recobre de branco e enche de paz o que nele será escrito. 
Tempo que envelhece o rosto do espelho mas o faz refletir sorrisos outra vez. 
Tempo que enruga a pele mas a deixa com um perfume sempre novo e agradável. 
Tempo que resseca os lábios mas não resseca a alma, e desses lábios escapam outra vez doces e úmidas palavras. 
Tempo que estraga a fotografia mas nos deixa guardar só as boas lembranças.
Tempo que renova, recicla, que leva embora em boa hora e traz de volta, nem cedo, nem tarde, mas "a tempo". A tempo de enxergar ganhos nas perdas. Entender que é preciso deixar o tempo agir, se infiltrar em cada coisa, em cada espaço, em cada poro... e assim o tempo transforma tudo. Entender que nada foi perdido e que o novo é só o velho um pouco diferente, e veio se somar às lembranças do que passou. 
Aprendi com Lewis Carroll a importância do tempo, a importância em respeitá-lo. Aprendi que só se transpõe uma porta se for do seu tamanho e que crescer fora do tempo pode ser complicado, que cada coisa exige um tamanho certo, uma hora certa. 
Cada coisa tem sua vez. 

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