domingo, 3 de abril de 2011

Eu poderia falar sobre muitas coisas por meio dessa imagem. Eu até tenho muito a falar, mas, nesse momento, prefiro o silêncio, prefiro a contemplação, aquele tipo de contemplação assustada, meio pasma...
Nada que eu disser vai recobrir com fidelidade o que eu sinto, da mesma forma que esta imagem também não o recobre bem, e não ilustra suficientemente todas as histórias que carrego comigo e que poderia começar a contar agora.
Ninguém entenderia nada. Ainda pareço falar coisas sem sentido, sem nexo... e na verdade, talvez seja melhor assim. Ainda me angustia contemplar. Ainda me angustia pensar nesse turbilhão de emoções e confusões que entrecortam minha cabeça e meu coração...
É muito mais que a "Persona" de Bergman, é muito mais que qualquer fotografia, filme, teoria podem explicar... Talvez uma minoria muito restrita entenda do que eu estou falando, talvez quem assistiu ao filme possa fazer uma ideia, talvez minha psicanalista compreenda melhor, mas de forma bem limitada.
Quem mais pode dizer alguma coisa sobre isso a não ser eu mesma, e quem, dentro de mim, sabe dizer? Qual parte de mim diria melhor? Identificação, duplo... blablabla... Não se trata de amor? Um amor estranho, indefinível, meio transferencial, meio pathos, até meio narcísico... mas um amor, não? Não, é mais forte que isso, mais doente, mais inexplicável, mais incontrolável, mais louco, muito louco...

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