terça-feira, 12 de junho de 2012


"Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida...
Tengo miedo de las noches
que pobladas de recuerdos
encadenan mi soñar...


Pero el viajero que huye
tarde o temprano detiene su andar...
Y aunque el olvido, que todo destruye,
haya matado mi vieja ilusión,
guardo escondida una esperanza humilde
que es toda la fortuna de mi corazón."


Volver - Estrella Morente

domingo, 10 de junho de 2012

                                                                          Foto: Juni Resende.
Leben ... Liebe
Parque Municipal - Belo Horizonte, MG. 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

                                                           Foto: Brooke Shaden

‎"Eu admiro o que não presta 
Eu escravizo quem eu gosto 
Eu não entendo 
Eu trago o lixo para dentro 
Eu abro a porta para estranhos 
Eu cumprimento 
Eu quero aquilo que não tenho 
Eu tenho tanto a fazer 
Eu faço tudo pela metade 
Eu não percebo 
Eu falo muito palavrão 
Eu falo muito 
Eu falo mesmo 
Eu falo sem saber o que estou falando 
Eu falo muito bem 
Eu minto."
Tudo Pela Metade - Marisa Monte.

domingo, 3 de junho de 2012


 
Na minha trajetória acadêmica eu sempre estive muito próxima à área da saúde mental. Nesse campo, a gente aprende que não importa se o conteúdo do delírio é realmente verdade ou não e que, o que caracteriza o delírio é o estatuto de verdade, irremovível, que o psicótico dá a ele. A gente deve ouvir o delírio, e não procurar pontos de verdade e de mentira nele.
  Nesse aspecto eu me dei bem, sempre gostei muito de ouvir histórias, sem me importar com o quanto de real ou fantasia elas continham. A nossa vida está cheia dessas histórias, cercada por pessoas que "deliram" o tempo todo e o pior, nos levam junto nas suas crenças sobre si mesmas. E nós? Quantas vezes contamos falsas histórias sobre nós mesmos, sobre o que somos, ou pensamos ser, sobre o que sentimos, fazemos...
  Contamos tantas vezes para o outro que chegamos mesmo a acreditar na nossa própria invenção, no nosso delírio. Auto-afirmação? 
  Nossa auto-imagem é tão frágil, fragmentada, que é preciso sim criar histórias, florear o que existe de minimamente verdadeiro para que se torne talvez um pouco mais interessante. É difícil ser interessante hoje em dia. 
  A verdade é só uma mentira muito bem contada, já dizia Monteiro Lobato na voz de sua personagem Emília. Da mesma janela se vê cem paisagens diferentes, e se narram mais outras cem, tudo é muito relativo. O que você enxerga de mim? Quem vai dizer que não é mesmo a verdade do que eu sou? A sua verdade incide sobre mim e a forma como você escolhe me ver ou eu escolho me apresentar para você é sim uma das cem paisagens da janela, uma das cem facetas do meu ser. 
  Vivemos uma psicose bastante perigosa, não? Afinal, ela se disfarça sob o olhar do outro, não se deixa às claras, engana, arrasta os que estão próximos. É tudo isso assim tão louco que chega a passar despercebido.

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim


Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim






Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura


Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim

sábado, 12 de maio de 2012

Foto: Lissy Elle.


Grandes mudanças ficam guardadas por tempos dentro de movimentos pequenos, esperando a hora em que eles vão acontecer.
Nem sempre é preciso que comportamentos mudem pra sentir que algo está diferente. Às vezes uma mudança de posição, de ângulo, pode melhorar a visão. 
Trata-se das possíveis perspectivas sobre a mesma questão, trata-se de como se pretende tratá-la, como rainha ou como plebeia? Ou melhor ainda, como nada demais, nada com que eu deva gastar tanto da minha energia, da minha libido, da minha atenção. 
Eu devo dizer que... durante dias você consegue se manter bem, sem pensar em nada, sem agir contra você mesma. E há tempos difíceis, vão sempre voltar, ir e vir, como as estações mais frias. Vai ser sempre assim. 
Mas é preciso encontrar um ponto de estabilidade emocional, mesmo que mínimo, nisso que é condenado a ser instável. Não dá pra se sentir indigno, fraco e frustrado toda vez que olhar pra si e ver que aquilo que parecia superado não só voltou como também parece estar mais forte e mais decidido a ficar. 
Não, não vai ficar! O quê se pretende fazer além de lutar mais e mais e outra vez, incansavelmente? Não dá pra se culpar toda vez que não conseguir controlar esse impulso visceral, que empurra de dentro pra fora aquilo que seu corpo rejeita, a vida que seu corpo rejeita, o "eu" que seu corpo não aceita ser. 
Baseia-se em aceitar, simplesmente? Não. Baseia-se em dar outro sentido pra isso que alguns preferem chamar de "sintoma". Baseia-se em desmitificá-lo, em tirá-lo desse lugar de extrema importância, eu diria, desse altar que ele foi colocado a vida inteira. 

terça-feira, 1 de maio de 2012

La Gitanilla



Cuando Preciosa el panderete toca,
y hiere el dulce son los aires vanos,
perlas son que derrama con las manos,
flores son que despide de su boca.

Suspensa el alma y la cordura loca
queda a los dulces actos sobrehumanos,
que de limpios, de honestos y de sanos
su fama al cielo levantado toca.

Colgados del menor de sus cabellos
mil almas lleva, y a sus plantas tiene
Amor rendidas una y otra flecha:

ciega y alumbra con sus soles bellos,
su imperio Amor por ellos se mantiene,
y aun más grandezas de su ser sospecha. 

Miguel de Cervantes