sábado, 12 de maio de 2012

Foto: Lissy Elle.


Grandes mudanças ficam guardadas por tempos dentro de movimentos pequenos, esperando a hora em que eles vão acontecer.
Nem sempre é preciso que comportamentos mudem pra sentir que algo está diferente. Às vezes uma mudança de posição, de ângulo, pode melhorar a visão. 
Trata-se das possíveis perspectivas sobre a mesma questão, trata-se de como se pretende tratá-la, como rainha ou como plebeia? Ou melhor ainda, como nada demais, nada com que eu deva gastar tanto da minha energia, da minha libido, da minha atenção. 
Eu devo dizer que... durante dias você consegue se manter bem, sem pensar em nada, sem agir contra você mesma. E há tempos difíceis, vão sempre voltar, ir e vir, como as estações mais frias. Vai ser sempre assim. 
Mas é preciso encontrar um ponto de estabilidade emocional, mesmo que mínimo, nisso que é condenado a ser instável. Não dá pra se sentir indigno, fraco e frustrado toda vez que olhar pra si e ver que aquilo que parecia superado não só voltou como também parece estar mais forte e mais decidido a ficar. 
Não, não vai ficar! O quê se pretende fazer além de lutar mais e mais e outra vez, incansavelmente? Não dá pra se culpar toda vez que não conseguir controlar esse impulso visceral, que empurra de dentro pra fora aquilo que seu corpo rejeita, a vida que seu corpo rejeita, o "eu" que seu corpo não aceita ser. 
Baseia-se em aceitar, simplesmente? Não. Baseia-se em dar outro sentido pra isso que alguns preferem chamar de "sintoma". Baseia-se em desmitificá-lo, em tirá-lo desse lugar de extrema importância, eu diria, desse altar que ele foi colocado a vida inteira. 

2 comentários:

  1. Juh, este texto simplesmente resgata tudo o que a gente quer dizer sempre, todas as vozes que nossa consciência proclama. Aprender que a vida afinal é isso mesmo, e não perder a força para lutar, é o que precisamos.
    Você é ótima.
    Saudade.

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  2. Nossa, procurei o botão de curtir no blog, que vício! Obrigada, Tiãozinho! :)

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