sexta-feira, 29 de junho de 2012




Há muitas maneiras de ferir um coração. Temo que a mais sutil seja aquela que mais demora para ser curada. 
Tanto no amor quanto na amizade, é como se nos despíssemos para o outro. A nudez da alma é frágil, ela se expõe muito mais que a nudez do corpo. A alma, fragilizada e entregue, revela algo do sujeito que só se vê com o olhar de alma.
Os olhos do corpo se enganam e deformam a verdade.
Esse encontro de almas, esse amor que tudo revela, caminha num fio de lã. Ao mero descuido perde o equilíbrio. Muitas vezes queremos ver a alma com os olhos do corpo, forçando-a a assumir um contorno que não tem. Damos a ela palavras que a a limitam, querendo subordiná-la e encarcerá-la no campo da linguagem. 
Alma não se explica, amor não se explica. 
Abrimos grandes feridas ao tentar tocar a alma com as mãos.

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