terça-feira, 21 de agosto de 2012

Foto: Brooke Shaden                              

Não se espantem com o tema escolhido essa noite... não se espantem se, assim como eu, também não conseguirem responder muito bem ao "o que é ser mulher?" 
É realmente difícil ser mulher se a definição para isso está embasada, na sua maioria, em conceitos machistas. Ser mulher é ser frágil? É chorar nos fins de relacionamentos e em casamentos? É fazer drama e charminho pra conseguir o que quer? 
Se ser mulher depende de que eu abdique de posicionamentos firmes e posturas maduras, então nasci num corpo errado.
O feminino não tem segredos, tem mistérios. 
O feminino não se submete a explicações que não sejam metáforas.  
A alma feminina é dúbia. Mulher é como um rio, explico:  
A feminilidade é facilmente associada à passividade... o frágil, aquilo que recebe, o corpo anatomicamente desenhado para receber o falo, acolher. 
Por outro lado, esse corpo se mostra ativo no momento em que é ele que, como uma boca úmida, faminta e insaciável, engole o falo e ameaça a sua perda para sempre, despertando no masculino o terror da castração.
Pode-se dizer o mesmo das águas de um rio, passivas, que correm sem poder parar ou mudar de rumo. Mas arrastam com voracidade o que quer que caia nelas. Águas que pesam, pressionam, arrastam, envolvem, tragam... que não revelam o que circunda a margem. Perigo, perigo. Risco.
São fortes, são bravas.

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