Sem perceber, me agarro forte a um sintoma porque, se deixá-lo ir, tenho medo do que pode vir depois... Aqui se instalou um parasita com o qual já aprendi a lidar, a negociar, a conseguir certos momentos de trégua. O "além disso" talvez não me interesse tanto. Vou postergando esse encontro por medo de encontrar algo pior, ou simplesmente, encontrar o nada. E sigo assim desde sempre, adiando o tête-à-tête com a falta, com o vazio de tudo e de sentido.
Como é primitiva essa estratégia inconsciente para lidar com questões difíceis, inelaboráveis...
Primitiva, imatura essa minha condição psíquica que me prende num covil pútrido para simplesmente evitar o contato com algo de mim ainda mais pútrido.
E não evita sofrimento, tudo dói de um jeito diferente desde então... Se eu sorri em algum momento, eu sorri um sorriso etílico, eu fingi o tempo todo, e não havia ninguém ali que se importasse minimamente a ponto de perceber a mentira e o vazio em mim.
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