domingo, 6 de novembro de 2011


Passar a tarde toda deitada ao lado da pessoa que você ama, ouvindo ela falar bobagens ou divagar sobre assuntos mais ou menos sérios.
Encostar a cabeça em seu peito, receber um cafuné, uma canção boba ao pé do ouvido.
Sentir seu rosto queimando de desejo.
Entregar meu corpo na leveza do seu ser.
Acomodar-me e me esquecer, deitada sobre a opulência do seu corpo, sobre a textura quente da sua pele.
É essa a paz que eu sempre desejei, é essa a tranquilidade pela qual eu tanto esperava. 
O sorriso surge de leve no canto da boca.
Eu esqueço completamente de mim e desejo mais que tudo fazê-lo feliz. 
Admito que amo desajeitada 
e que tenho medo de cair nas mesmas armadilhas de antes, 
montadas por mim mesma, na brincadeira de amar desregradamente. 
Mas agora amo amadurecida e vou cuidar desse amor. 
Excesso inábil de amor, que de tanto, transborda. 
Tudo o que eu peço é que não tenha medo, porque eu mesma tentarei não ter. 
Aceito minha condição de amar tão abruptamente, permito-me. 
Não sinta medo e receba meu amor, por favor, aceite-o. 
Como dizia Lacan, amar é dar aquilo que não se tem. 
Eu não tenho esse amor que te dou, e mesmo assim, amo. 
Deve ser muito bom sentir essa sensação de ser amado, investido libidinalmente, diriam os psicanalistas... 
Eu quero um dia poder sentir isso também ... 

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