terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mistério do Planeta - Novos Baianos


Vou mostrando como sou 
e vou sendo como posso.
Jogando meu corpo no mundo,
andando por todos os cantos
e pela lei natural dos encontros, 
eu deixo e recebo um tanto.

sábado, 24 de setembro de 2011


E o pulso ainda pulsa ...

♫♫



Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...
Socorro!


Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...
Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...
Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento, encruzilhada
Socorro! Eu já não sinto nada...

Overdose de Arnaldo Antunes numa noite de sábado...

Não Vou Me Adaptar - Arnaldo Antunes


"Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia...
Será que eu falei o que ninguém dizia?
Será que eu escutei o que ninguém ouvia?
Eu não vou!
Me adaptar
Não vou!
Me adaptar
Não vou!
Me adaptar, não!
Não vou!
Me adaptar
Não vou!
Me adaptar!
Eu não tenho mais a cara que eu tinha
No espelho essa cara já não é minha
Mas é que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho...
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou!
Me adaptar
Não vou!"

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Vento...



Tu tens o mau hábito de entrar e sair da minha vida assim, deixando rastros, para que eu siga, vá atrás...
Tens esse péssimo hábito de ser meu e ser de ti mesmo e de mais ninguém.
Eu te tenho e te perco todos os dias.
E essa efemeridade, transitoriedade... te coloca como vento, como algo que não posso nem sequer tocar, quanto menos guardar para mim... 
Estás longe, tão longe e intocável quanto perto, pois ao mesmo tempo te sinto soprando meu rosto e sussurrando leve ao meu ouvido.
De onde vens, vento? Trazes contigo a liberdade estampada no rosto. 
Ensina-me a ser livre como tu. 
Balança meus cabelos deixando-os livres também, como sabes tão bem fazer...
Embala meu coração como fizeste naqueles dias de tormenta.
Leva-me contigo para onde fores.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Just Like A Pill - ' Pink '







I'm lyin' here on the floor where you left me 
I think I took too much 
I'm crying here, what have you done? 
I thought it would be fun 

I can't stay on your life support, 
There's a shortage in the switch 
I can't stay on your morphine, 
'Cause it's making me itch 
I said I tried to call the nurse again, 
But shes being a little bitch 
I think I'll get outta here, where I can 

Run just as fast as I can 
To the middle of nowhere 
To the middle of my frustrated fears 
And I swear you're just like a pill 
Instead of makin' me better, 
You keep makin' me ill 
You keep makin' me ill 

I haven't moved from the spot where you left me 
This must be a bad trip 
All of the other pills, they were different 
Maybe I should get some help ...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A mão que se doa 
É a qual se prende
É a que se embaraça
A que se arrepende
A qual se pendura
A qual se amontoa 
Toda a amargura
Se prendeu numa teia
De desventura
A mão estendida
Foi corrompida
Não sustentou
O peso da vida.

Just Breathe ... 'Anna Nalick'




2 AM and she calls me 'cause I'm still awake,
"Can you help me unravel my latest mistake?,
I don't love him. Winter just wasn't my season"
Yeah we walk through the doors, so accusing their eyes
Like they have any right at all to criticize,
Hypocrites. You're all here for the very same reason.





2 AM and I'm still awake, writing a song
If I get it all down on paper, it's no longer inside of me,
Threatening the life it belongs to
And I feel like I'm naked in front of the crowd
Cause these words are my diary, screaming out loud
And I know that you'll use them, however you want to.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"Vozes"


http://www.youtube.com/watch_popup?v=nxAn3aEhZ-g 



"Eu só queria entender, só isso!
Eu não sei como tudo começou, o momento exato que meu estado normal virou esse e não o que era antes.
É impossível determinar onde, no caos das minhas ideias, dormia essa, e por quê foi essa e não outra que despertou. Entrou no meu ser, quando eu vi já era meu. 
São duas forças opostas, com a mesma intensidade. 
A vontade de parar é tão minha, mas um impulso forte me faz continuar sempre, só mais um pouco, e arranca de mim o raciocínio tão bem construído, que tanto soava como certo uns instantes atrás.
Mas não tira a razão... uma razão própria, muito lógica, que faz sentido. Um sentido estranho que às vezes eu considero superior, às vezes simplesmente auto-destrutivo, mas um sentido... 
Dois sentidos apontam pra minha cabeça, como facas cortantes vindo de direções opostas. 
Um duelo pela minha vida, entre as pernas que me sustentam... qualquer lado que ganhar eu desequilibro. 
Eu não acredito numa cura, controle talvez... 
Eu tentando me pintar e me passando por normal, até sendo normal. 
Já não é mais possível identificar o que é a minha essência e o que sou eu mesma lutando contra ela. 
Até que ponto o que eu vivo só existe pra mim? 
O que é real? 
Eu não sei diferenciar o que eu faço do que eu sou!"

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

João e Maria...?

E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
Era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país



Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?



Abraçar você, 
sentir o calor do seu rosto, 
poder sentir você com todos os sentidos, 
apertar seu rosto contra o meu peito,
seus cabelos escorregando por entre meus dedos,
seu olhar tão próximo...
Pareço, por um segundo, ser forte o bastante pra te proteger de qualquer perigo,
muito mais do que me sinto protegida por você.
Sinto-me forte, poderosa, ao te receber nos meus braços.
Sinto poder congelar o tempo e te ter assim, pra sempre.


“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. 
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho e que ela já apanhou demais da vida.Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”
Caio Fernando Abreu

domingo, 11 de setembro de 2011


Eu não consigo entender por que,  num dado espaço de tempo, parecemos não falar a mesma língua. 
Não nos reconhecemos mais pelo olhar, não lembramos mais quem somos, quem fomos, quem éramos... 
Tudo o que era comunicação virou desentendimento. 
As flores secaram. A seiva não corre mais como o sangue parece ter parado de correr em minhas veias. 
Os livros estão empoeirando na estante. Perderam a graça.
Aquela caneta, em cima da mesa, costumava escrever palavras doces, cartas, um nome repetidas vezes...
Sinto uma coisa aqui dentro que parece querer explodir a qualquer momento, estraçalhar meu corpo por inteiro, de uma só vez, sendo impossível  juntar os cacos, costurar as partes... Não sei dar nome, não existe palavra que simbolize isso. Mas precisa passar, e rápido, porque já está deixando marcas, causando danos, machucando, machucando... 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011


Não há sossego no silêncio
Nem paz nas palavras proferidas
Não há fome nem saciedade
Nem forma de fechar as feridas
Nada de luto, nem melancolia
Nenhum movimento... monotonia
Não há mais lágrimas... lástimas
Não há descanso... há descaso.