sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Pudera eu fazer com que o ano novo fosse verdade... fosse realmente um Feliz ano Novo...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

I may seem crazy
Or painfully shy
And these scars wouldn't be so hidden
If you would just look me in the eye
I feel alone here and cold here
Though I don't want to die
But the only anesthetic that makes me feel anything kills inside

I do not want to be afraid
I do not want to die inside just to breathe in
I'm tired of feeling so numb
Relief exists I find it when
I'm cut
I am not alone


"Cut" - Plumb
...Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem...
Vai minha pequena, rodopia rodopia sem sair do lugar... eu pensei que vc ia gostar de crescer, talvez eu tivesse me enganado, talvez você tenha até gostado, mas a vida fora dos sonhos infantis não é lá tão bonita, é como ter que dormir com a luz apagada... dá medo, porque você não consegue ver nada com clareza...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010



Assim, final de ano, da saudade do tempo de brincar de pique, de esconder nos quartos da casa grande do avô, de brincar na rua, de subir em todas as árvores do quintal e enlouquecer as tias que gritavam de desespero vendo a hora que iríamos cair...
Da saudade das bonecas das primas e das brincadeiras de bola dos primos... Que barulhada! A casa ficava cheia e o que mais se ouvia era a avó gritando com a molecada... paaaara menino, você vai acabar se machucando...
A brincadeira não acabava nunca, era maravilhoso ver toda aquela gente reunida, uma família de causar inveja!
Roça, sabe como é... muitas luzes no Natal, presentes no presépio que a vó não deixava nem chegar perto, no máximo mandar um beijo pro Menino Jesus bem de longe... 
O baralho que nunca faltava, era o único e mais grave vício da família, além da bebida, claro... mas isso nunca foi um problema... era bom, aquela gente toda em volta da mesa, parecia um ritual religioso, sagrado domingo na casa da vó... Aaanda vó, é sua vez! Calma, to pensando... tic tac tic tac... to batendo... duuuuvido! ahuahuahua o riso era garantido! 
Carneiro, vaca, burro, porco, cobra e viado... era isso mesmo? Fézinha no jogo pra não perder o costume, e rezar pra São Longuinho pra encontrar o objeto perdido... coisas de roça... 
A dispensa... lugar sagrado da casa, ninguém podia entrar, proibido para crianças... A lata de doces... o pudim no Natal, o doce de alitria, o de figo, o queijo com goiabada, , o arroz com vinagrete  pra acompanhar o churrasco... o café saindo na hora e passado no coador de pano, a broa de fubá e o pão de queijo... ainda não conheço nada melhor... nenhum Mc Donald's me tira esse prazer! 
A bendita banheira que cabia 10 e hoje cabe meio de nós... a madrugada inteira chupando balas e comendo chips, papeando com as primas e as tias de hora em hora indo dizer que todo aquele barulho ia acordar o vô! Vcs num vão calar a boca não? Isso é hora de tá acordado? Agora mesmo seu avô tá aki chamando a atenção de vcs! ... E o vô dormindo o sono dos justos... 
O ateliê do tio, o convívio com a arte desde a infância... 
A hora da reza pro Menino Jesus... que Deus perdoe mas era a hora mais engraçada! A vó que se perdia no meio da reza, alguém que cochilava, alguém que não aguentava segurar o riso... aprendemos a nunca mais agradecer por todos terem passado de ano sem se certificar se realmente TODOS os sobrinhos passaram de ano... rs 
Família feliz, família de riso fácil, qualquer hora é hora de estar junto... 
Vó, faz taanta falta, tanta... nunca mais foi a msma coisa, crescemos, tomamos alguns rumos diferentes, não temos mais ela aqui conosco... mas o que me consola e me deixa feliz é ver que ainda esbanjamos amor e felicidade quando estamos todos reunidos, na eterna casa da vó...
Será que um dia ele foi meu...?

sábado, 18 de dezembro de 2010

Da vicino nessuno è normale...



Desculpe, não dá... por mais q eu tente eu não consigo conceber q tudo isso não passa de um delírio da minha cabeça... e olha q eu tento bastante, leio, estudo, mas nunca é o suficiente... Eu posso ver, posso sentir, posso tocar... é tão real, existe, tá aqui, ta em mim! Como me convencer de que é a minha imaginação agindo de forma independente? Como me convencer de que eu estou enganada? O que anda acontecendo com os neurotransmissores, os circuitos todos que deveriam estar em perfeita ondem? Eu não sou louca, eu ainda mantenho-me sã, apesar de tudo... e é essa sanidade, consciência das coisa que me tortura... Às vzs é difícil controlar os pensamentos, segurar os impulsos, ser racional, agir com prudência... mas eu ainda, no caos das minhas emoções, eu ainda consigo ter um pouco de lucidez... eu não cruzei a fronteira entre o "normal" e o patológico, eu ainda estou do lado de cá e é exatamente por isso que eu não entendo por que que ninguém acredita em mim quando eu digo que é real o q eu sinto... pelo menos pra mim, é tão real, é tão intenso, é tão vivo aqui dentro, q me causa uma angústia por não parecer legítimo... 
Está certo, eu já devia ter entendido que de perto niguém é normal...
Noli foras ire, in te ipsum redi. In interore homine habitat veritas.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010



Tanta volta q essa vida já deu e eu continuo no mesmo lugar...
maldito lugar, de incompreensão e irracionalidade...
a lua brilha lá fora
ja é crescente... e daki a pouco está cheia de novo
e eu aki, sem sair do lugar, sem crescer, sem nada de novo... só o vazio...
o tempo vai passando, tudo continua igual,
penso
e descubro a perda de tempo q é pensar
penso penso e caio no mesmo eixo, volto pro msmo início do pensar
penso penso e penso errado, e qnd pareço estar perto de um raciocínio muito bem construído... tudo se desmorona cmo se nada fizesse sentido algum...
apenas uma masturbação mental sem conseguir nenhum gozo
nada q me mostrasse o lado bom de gastar minha energia, minha libido, com isso.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010




Meu corpo não é meu corpo,
é ilusão de outro ser.
Sabe a arte de esconder-me
e é de tal modo sagaz
que a mim de mim ele oculta

Meu corpo, não meu agente,
meu envelope selado,
meu revólver de assustar,
tornou-se meu carcereiro,
me sabe mais que me sei.
Meu corpo apaga a lembrança
que eu tinha de minha mente,
Inocula-me seus patos,
me ataca, fere e condena
por crimes não cometidos.
O seu ardil mais diabólico
está em fazer-se doente.
Joga-me o peso dos males
que ele tece a cada instante
e me passa em revulsão.
Meu corpo inventou a dor
a fim de torná-la interna,
integrante do meu Id,
ofuscadora da luz
que aí tentava espalhar-se.
Outras vezes se diverte
sem que eu saiba ou que deseje,
e nesse prazer maligno,
que suas células impregna,
do meu mutismo escarnece.
Meu corpo ordena que eu saia
em busca do que não quero,
e me nega, ao se afirmar
como senhor do meu Eu
convertido em cão servil.
Meu prazer mais refinado
não sou eu quem vai senti-lo.
É ele, por mim, rapace,
e dá mastigados restos
à minha fome absoluta.
Se tento dele afastar-me,
por abstração ignorá-lo,
volto a mim, com todo o peso
de sua carne poluída,
seu tédio, seu desconforto.
Quero ROMPER com meu corpo,
quero enfrentá-lo, ACUSÁ-LO,
por ABOLIR minha essência,
mas ele sequer me ESCUTA
e vai para o rumo OPOSTO.
Já premido por seu pulso
de inquebrantável rigor,
não sou mais quem dantes era:
com volúpia dirigida,
saio a bailar com meu corpo.
 "As Contradições do Corpo"
Carlos Drummond de Andrade

Às vzs o mundo fica assim, meio sem sentido sabe...? Da vontade de se jogar de um penhasco bem alto amarrada num barbante, frágil feito o coração q até então bate meio sem ritmo, meio sem saber pq q deve continuar batendo... Mas o mundo, visto do alto, faz tudo ficar tão pequeno q te faz sentir-se grande, importante... como se nada pudesse mais te afetar... as pessoas parecem formiguinhas andando, elas parecem tão frágeis que não dá nem pra acreditar o qnt elas podem machucar...
O mundo visto do alto não parece mundo, parece uma caixinha de brinquedos, q vamos montando aos poucos, construindo da forma que queremos e como melhor nos convém... Mas o mundo é grande demais, as pessoas são grandes demais, e dá medo, viver assusta, às vzs a vontade é de me enfiar debaixo da minha cama e não sair mais... mas nem me cabe lá...
é incrível como o mundo pode ser tão grande e não me caber nele, e eu não encontrar um lugarzinho pra mim... culpa desse mal-estar humano generalizado? Não... a culpa é minha, e do meu mal-estar ou não-querer-estar no mundo...

Espelho meu...

Aaah... o espelho... 
Pq ele nunca diz oq eu quero ouvir? 
Pq ele nunca mostra oq eu quero ver?
Pq às vzs ele é tão cruel?
Ei, quem é vc aí do outro lado? Sou eu? Eu não me reconheço mais...
Eu tinha um sorrizo, eu tinha um brilho no olhar... onde estão? Onde se esconderam? 
Eu não era isso q eu vejo hoje... Qnd foi q eu mudei tanto q eu não me lembro?
Eu dançava, rodopiava em frente ao espelho, admirando a imagem q via, q refletia a minha alegria infantil...
Minha mãe me penteava os cabelos louros, fazia tranças e dizia q eu era a sua princesa... 
Hj a imagem me arranca lágrimas, não vejo mais aquela criança, aquele sorriso, aquela alegria... 
O reflexo é tudo oq sobra de mim? É isso oq os outros vêem qnd olham pra mim? 
E o olhar do outro, o quanto é importante? A imagem... 
Eu não estou olhando pra mim, qnd converso com vc é vc quem me vê, e eu vejo vc... nós sabemos quem somos e nos delineamos conforme o olhar do outro, mas é oq vc vê em mim que vai determinar quem eu sou? Talvez... afinal eu me comporto conforme as expectativas. É, parece q o olhar do outro é realmente muito significante... mas e qnd esse olhar é esmagador? E qnd esse olhar julga, reprime, controla? Como fica o espelho? Como fica a minha auto-imagem?
Como me encontrar no meu reflexo no espelho se não me encontro em lugar nenhum, se não me vejo dentro de mim?
Aaah...o espelho... tantas vzs amigo, tantas vzs carrasco...
Como diz a música: "nos deram espelhos e vimos um mundo doente..."
Meu espelho é côncavo, reflete o meu mundo de cabeça para baixo, me limita...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Clariceando... [2]

Eu poderia escrever muitas coisas sobre ela, mas não me atrevo, afinal, minhas palavras se negam a sair, ficam tímidas, diante da Lispector... É muito óbvia a minha admiração por ela, cada linha do que escrevo  vem carregada de "Clarice", desse escrever introspectivo, esse dançar com as palavras... fazer de sentimentos íntimos música, melodia, sob a forma de versos... Dia 10/12/2010 ela completaria 90 anos, fica aqui minha simplória homenagem... 


 "Eu só escrevo quando eu quero. Sou amadora e faço questão de continuar sendo. Escrevo sem a esperança de que o que eu escrevo altere alguma coisa. Não altera em nada!
Eu escrevo e assim me livro de mim e posso então descansar." 

(Clarice Lispector)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010